Dois anos de Vídeo Livre Joinville

Continuo a me perguntar o motivo de fazer um vídeo, seja experimental, ficcional ou documental. Qual seria o motivo de desenvolver um blog falando somente disso? O que começou com uma simples idéia de criar um blog para divulgar e promover as produções da região, agora já está completando seu segundo ano. Nesse segundo aniversário, o blog “videolivrejoinville” agradece a participação, comentários e críticas que esse diário recebeu durante esses dois anos.
O presente poderia ser mais uma matéria sobre as novidades do audiovisual aqui da terrinha, mas a única coisa que podemos afirmar é que continuaremos trabalhando para promover as pequenas produções locais, divulgando tudo que acontece no meio áudio-visual da região. Agradecemos a participação de todos.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O fim sempre está próximo, mas não chega nunca – por Fabrício Porto

Reconheço a minha necessidade em querer ver filmes com projetor de verdade, num cinema de verdade e com som de verdade. Sei que aqui é um espaço destinado aos vídeos e que o cinema ainda é um coadjuvante nesse blog. No entanto, semana passada me arrisquei absurdamente, assisti “O Nevoeiro”. Filme baseado no livro “The mist” de Stephen King. O filme conta a história de uma família que passa por maus bocados depois de uma terrível tempestade. David Drayton - um artista local - e seu filho de 8 anos correm para o mercado, antes que os suprimentos se esgotem. Porém, um estranho nevoeiro toma conta da cidade, deixando David e um grupo de pessoas presas no mercado. Confesso que li apenas essa pequena trama e resolvi assistir a película. Sinceramente, os primeiros vinte ou trinta minutos o filme se desenrolava bem, o mistério ainda era um mistério e o suspense - pelo menos era o que estava escrito no jornal – ainda predominava. Enfim a chegada de tentáculos dignos de um filme “B” de terror me fez pensar comigo mesmo: “Tava demorando”. Nada contra os filmes “B”, muito pelo contrário.
Daí em diante monstros davam a conotação de que realmente era o fim dos tempos. Porém, o que me deixou mais entediado foi ver que de fato os tentáculos não estavam sozinhos, haviam gafanhotos gigantes, aves pré-históricas e aranhas malditas, ou “Malditas Aranhas”. A única diferença de “Malditas Aranhas” é que Ellory Elkayem, o diretor do filme, assume a postura de ser um filme de terror e não um suposto suspense.
No decorrer do longa - que de fato me pareceu bem longo – questões sócio políticas e de caráter religioso se constroem ao longo do filme e tentam de forma estranha e pouco convincente colocar o ser humano como um submisso à crenças e capaz até de matar em nome dessa crença. Uma das personagens, uma religiosa fervorosa, passa a acreditar que todas aquelas pragas foram enviadas por Deus para enfim pagar os pecados feitos aqui na terra, enquanto isso eu me perguntava se realmente não era o fim dos tempos. A idéia de querer sair da sala foi superada por querer ver até onde aquele roteiro poderia chegar.
Enfim, o filme já chegava aos seus minutos finais, os monstros vindos de algum lugar, dominavam a terra e tudo estava tomado pelo nevoeiro, até que o personagem principal (Thomas Jane) toma uma atitude corajosa e foge do supermercado junto com seu filho e com mais quatro ou cinco. O objetivo deles era chegar no carro de David e sair daquele lugar. Mesmo perdendo alguns companheiros, no trajeto até o carro, David consegue salvar seu filho e mais três. Nesse momento eu pensei: “Agora o fim está próximo mesmo. Se o mundo acabar de verdade, retiro tudo que disse”.
Era de fato, o momento final do filme, afinal a “Lanterninha” já caminhava em direção a porta de saída do cinema, e os cinco personagens que sobraram estavam presos dentro daquele carro sem gasolina e sem esperanças de saírem em meio àquela nevoa. Enfim, David teve uma idéia e pegou sua arma, que tinha apenas quatro balas e encurtou o sofrimento de todos, até de seu próprio filho. Apenas ele ficou vivo para morrer honrosamente por um mostro daqueles bem grandalhões. Esse é o final, se não quiserem não leiam. David sai do carro aos berros e muito triste por acabar com a vida de seu filho e de seus amigos. Nesse instante eu finalmente cheguei a pensar que o mundo tinha acabado e que David pararia na barriga de algum daqueles monstros e seria o primeiro filme que o mundo acabaria mesmo, sem a interferência de batalhões ou da força presidencial. David aos berros, eu esperando o fim dos tempos, a “Lanterninha” esperando o filme acabar para ir pra casa, mas a próxima cena fez-me rir. O nevoeiro vai desaparecendo e um tanque militar aparece em meio ao nevoeiro. Os militares salvaram todos novamente, só faltava o presidente dos EUA em cima do tanque do exército para dar a conotação de “Independence day”. Alguns sobreviventes passam por David enquanto ele olha com aquela cara de tacho pensando: “Putz, se eu tivesse esperado mais um minutinho nada disso teria acontecido”.

Um comentário:

Wesley disse...

hahahahha
mto bom!
até eu tava pensando que esse filme seria revolucionário!

ps: vc não odia qdo o filme ta acabando e aquele lanterninha vai descendo as escadas do cinema? bem q eles poderia abrir a porta pelo lado de fora né?

T+